Amigos da Terra Brasil foi citada como uma das responsáveis por “mobilizar e defender criminosos” durante a tentativa de despejo do Quilombo Lemos. Programa coordenado por Rogério Mendelski não esclareceu aos ouvintes como se dá o processo de reconhecimento de um quilombo urbano e não retornou aos nossos contatos de pedido de direito de resposta.
Em entrevista ao vivo realizada nesta segunda-feira (12/11) para a Rádio Guaíba, o senhor presidente do Asilo Padre Cacique, Edson Brozoza, fez ameaças contra os movimentos sociais que estão acompanhando as famílias do Quilombo Lemos. Após um pedido de reintegração de posse que teve a visita de um oficial de justiça e do Batalhão de Choque da Brigada Militar na última quarta-feira (7/11), a tentativa de reintegração apresentou uma série de irregularidades e foi suspensa pela Justiça.
Durante o programa, o entrevistado se referiu à Amigos da Terra e também à Frente Quilombola RS como defensores de criminosos e disse “que derrubaria pelo menos uns dez”. Além disso, alegou que a enfermaria do asilo estaria sendo perturbada pelo som de pagode e funk.
De maneira preconceituosa e sem nenhum conhecimento sobre a definição de quilombo urbano, se dirigiu aos moradores da comunidade como sendo “apenas flanelinhas e que nada tinham a ver com quilombo, que é esconderijo de escravos fugidos”. Ele ainda acusou as organizações de terem fraudado o documento da Fundação Palmares que certifica o Lemos como quilombo urbano.
Todas as ameaças e declarações racistas aparentaram ter o aval dos apresentadores do programa Bom Dia, Rogério Mendelski e Voltaire Porto, já que não foram questionadas e apenas uma das partes envolvidas no caso teve espaço exclusivo para se manifestar.
Atualmente, os quilombos urbanos têm em comum a ancestralidade negra e são formados por grupos que viviam ao redor de grandes cidades, que foram englobados pelo crescimento urbano dos municípios. A opressão histórica e a resistência atual frente à especulação imobiliária e projetos de desenvolvimento urbano que implicam na redução do território ou no deslocamento desses grupos étnicos também são fatores de unidade e reivindicações entre estas populações.
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Manuela Silva