Articulação Feminismo Popular convida para ação online no dia 14 de abril
Desde o início da pandemia são as organizações sociais que têm realmente se mobilizado para que não falte comida na mesa das famílias mais pobres, a maioria chefiada por mulheres. Foram kits de higiene, cestas básicas, refeições, agasalhos no inverno e brinquedos no dia das crianças e natal. Solidariedade de classe que vai da arrecadação de alimentos e itens de higiene, até a produção de marmitas e distribuição nos diversos territórios localizados no perímetro urbano. Vivemos um cenário que nos aterroriza, mas não nos imobiliza.
Em meio ao recorde de mortes pela COVID-19, são mais de 330 mil vidas perdidas, com o aprofundamento do empobrecimento das famílias, com um governo inerte que aceita o genocídio de seu povo, que desde julho de 2020 as mulheres de três organizações parceiras se uniram numa articulação feminista. A aliança tem por objetivo potencializar as ações de solidariedade às mulheres de algumas comunidades de Porto Alegre.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto a Marcha Mundial das Mulheres e a Amigos da Terra Brasil formam a Aliança Feminismo Popular, que busca fortalecer o debate sobre a conjuntura excludente e desigual que vivemos e, além disso, jogar luz sobre o olhar feminista deste quadro de exclusão e morte. Assim, foi a partir da aquisição e distribuição de cestas com alimentos arrecadados entre a militância ou fornecidas por parceiros como Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento Sem Terra (MST) que mais de 200 famílias foram atendidas.
O projeto realizado pela Aliança Feminismo Popular pretende construir em conjunto com a população local dos territórios de atuação da Marcha Mundial de Mulheres e do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), dois espaços de hortas comunitárias: uma no Morro da Cruz e outra na Ocupação Povo Sem Medo, localizada na zona norte de Porto Alegre. Concomitante a isto, o fortalecimento da cozinha comunitária da Ocupação também é parte integrante das ações propostas. As iniciativas integram a compreensão de necessidade de construção de autonomia alimentar e construção de caminhos que respeitem o bem viver comunitário. Frente aos impactos da pandemia, associado às políticas de austeridade de orientação ultraneoliberal, temos presenciado o aprofundamento das desigualdades e o colapso do Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo nas populações em maior grau de vulnerabilidade, das quais se encontram grande parte as mulheres.
A articulação vem denunciando os avanços das políticas neoliberais e os impactos nas nossas vidas. Em novembro de 2020, integraram a organização da Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, em que reuniram movimentos sociais e organizações de base para marcar posicionamento sobre o avanço dos projetos de morte e a importância de lutar por um projeto radicalmente democrático e popular. A ação ocorreu em Porto Alegre, e outras cidades do Brasil e América Latina, no dia 19 de novembro.
No próximo dia 14 de abril a Articulação Feminismo Popular quer contar um pouco desta história de unidade de mulheres em apoio e solidariedade a outras mulheres e estará organizando em parceria com o Brasil de Fato um Webinar para mostrar que estamos em luta, mobilizadas e cada vez mais comprometidas com o enfrentamento ao fascismo, às transnacionais que só visam o lucro e contra este governo genocida.
Por isto, a atividade irá problematizar o papel do Estado e das transnacionais que encontram no contexto da covid-19, formas ainda mais nefastas de acumulação de capital e exploração da classe trabalhadora, com maior impacto na vida das mulheres. Portanto, precisamos estar articuladas e em movimento permanente de resistência, conferindo unidade na luta internacionalista das mulheres!
O quê: Webinar da articulação Feminismo Popular
– Qual o papel do Estado e das transnacionais no contexto da COVID-19? Como as mulheres estão na linha de frente da resistência e da solidariedade?
Quando: 14 de abril – Hora 19:30
Onde: nas redes do Brasil de Fato e facebook da MMM, ATBr e MTST