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Veja também o vídeo da campanha:
Maquiné pede ajuda
Após ciclone – Maquiné pede ajuda urgente ao governo federal
Moradores do município atingidos pelo ciclone extratropical na noite da quinta-feira (15 de junho de 2023), muitos dos quais ainda seguem isolados, vem por meio deste, SOLICITAR APOIO URGENTE PARA A RECONSTRUÇÃO do lugar e de suas vidas, respeitando a linguagem com que a natureza inscreveu sua força, história e potência. Para tanto, é necessário recursos financeiros, técnico e intelectual, junto com mão de obra, para construir um plano de ação que leve em consideração a singularidade, a característica de cada região e o curso das águas que há muito correm nestes Vales e que em momentos como este são capazes de arrastar casas, sonhos, benfeitorias, plantações, trabalho de anos, esforço de gerações, destruindo estradas, pontes, acessos e o mais grave, levando vidas.
Os rastros da tragédia estão inscritos na paisagem, nos noticiários, na mente e nos corações de todos e todas. As perdas, os danos e as dores são muitas, e, nós como habitantes destas matas, guardiões deste manancial de biodiversidade precisamos refletir sobre o presente e o passado para planejarmos um futuro consciente e responsável, visando a reconstrução deste território sagrado, que junto com outros biomas, permite a vida na Terra.
Enchentes, ciclones, deslizamentos de terra e inundações são considerados como catástrofes naturais, mas mais do que isso, representam a força da Natureza em restabelecer seu curso, suas leis e impor a necessidade de respeito, fato que precisa ser interpretado e internalizado para a elaboração de planos de recuperação e prevenção.
Eventos deste tipo são recorrentes, têm a tendência de voltar a acontecer não só em razão das leis da natureza mas também como resposta ao impacto humano, então, quais são as ações que o poder público deve se propor a realizar para reduzir o impacto das enchentes, prezando pela vida das pessoas em primeiro lugar, nestes locais?
Há que se ouvir a linguagem das águas.
Localidade pequena mas de representatividade gigante na produção de toneladas de alimentos exclusivamente por agricultores familiares. Maquiné é jovem, mas a região tem histórico de enchentes que precedem a emancipação do município. Muitos dos lugares, mas nem todos, por onde as águas estiveram neste evento são recorrentes, porém, mesmo com este histórico o despreparo e falta de infraestrutura é preocupante.
Dentro deste contexto, já deveríamos ter um plano de ação onde estivesse pautado:
* sistema de alerta para risco,
*dados de hidrologia em tempo real (de previsão pluviométrica já temos, mas do comportamento do nível dos rios não),
*apoio à defesa civil (não tem carro, não tem drone, falta pessoal)
*treinamento à comunidade (especialmente das áreas vulneráveis)
*educação continuada para riscos e desastres diante da emergência climática
*Estudos, mapeamentos e levantamentos para elaboração e execução de planos para ações preventivas e mitigatórias;
*sistema de evacuação de áreas de risco (seja de inundações ou de deslizamentos).
Disso, emergem as dúvidas:
Vamos conseguir reconstruir? Quanto recurso se precisa? E os tendo, voltaremos a insistir em reconstruir os acessos da mesma forma? Mesmo sabendo que com pouca chuva várias localidades ficam isoladas e com muita chuva tudo vai água abaixo?
Como haver prosperidade para um povo em que viver é eternamente recomeçar?
O que demandamos
– Compromisso não só do poder público municipal, mas também estadual e federal na resolução do conjunto de problemas de ordem social, econômica e ambiental provocadas pelas enchentes e deslizamentos decorrentes do ciclone;
– Atenção especial para as comunidades que ainda seguem isoladas com continuidade do apoio emergencial para o atendimento das necessidades básicas de abastecimento, com olhar para a reconstrução de infraestruturas e com vistas a restauração das dinâmicas produtivas e econômicas;
– Plano de contingência para atendimento em caso de acidentes ou problemas de saúde urgentes nas localidades isoladas, onde estão crianças e idosos , que em momentos de chuva médias já ficam literalmente impedidos de ir e vir, sem estradas para acessarem serviços básicos de direito de todo cidadão;
– Estabelecimento de força tarefa para reconstrução das estruturas de acesso (estradas, pontes, pinguelas), de fornecimento de energia elétrica, água potável, meios de comunicação;
– Reconstrução de vias de acesso com base em fundamentos técnicos e investimentos necessários de forma a evitar os impactos de fenômenos climáticos recorrentes e extraordinários;
– Programa de atendimento de renda básica para famílias que tiveram inviabilizadas suas atividades produtivas e econômicas;
– Programa de apoio à restauração produtiva e econômica por meio de custeio e investimento (através do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Empreendimentos Rurais).
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Amigos da Terra Brasil