Após ciclone extratropical, petição online pede ajuda urgente ao governo federal para o município de Maquiné (RS)

 

📝 Apoie esta luta assinando o abaixo-assinado em https://chng.it/6Kc4wdsgLk

 

Veja também o vídeo da campanha: 

 

Maquiné pede ajuda

Após ciclone – Maquiné pede ajuda urgente ao governo federal

Moradores do município atingidos pelo ciclone extratropical na noite da quinta-feira (15 de junho de 2023), muitos dos quais ainda seguem isolados, vem por meio deste, SOLICITAR APOIO URGENTE PARA A RECONSTRUÇÃO do lugar e de suas vidas, respeitando a linguagem com que a natureza inscreveu sua força, história e potência. Para tanto, é necessário recursos financeiros, técnico e intelectual, junto com mão de obra, para construir um plano de ação que leve em consideração a singularidade, a característica de cada região e o curso das águas que há muito correm nestes Vales e que em momentos como este são capazes de arrastar casas, sonhos, benfeitorias, plantações, trabalho de anos, esforço de gerações, destruindo estradas, pontes, acessos e o mais grave, levando vidas.

Os rastros da tragédia estão inscritos na paisagem, nos noticiários, na mente e nos corações de todos e todas. As perdas, os danos e as dores são muitas, e, nós como habitantes destas matas, guardiões deste manancial de biodiversidade precisamos refletir sobre o presente e o passado para planejarmos um futuro consciente e responsável, visando a reconstrução deste território sagrado, que junto com outros biomas, permite a vida na Terra.

Enchentes, ciclones, deslizamentos de terra e inundações são considerados como catástrofes naturais, mas mais do que isso, representam a força da Natureza em restabelecer seu curso, suas leis e impor a necessidade de respeito, fato que precisa ser interpretado e internalizado para a elaboração de planos de recuperação e prevenção.

Eventos deste tipo são  recorrentes, têm a tendência de voltar a acontecer não só em razão das leis da natureza mas também como resposta ao impacto humano, então, quais são as ações que o poder público deve se propor a realizar para reduzir o impacto das enchentes, prezando pela vida das pessoas em primeiro lugar, nestes locais?

Há que se ouvir a linguagem das águas.

Localidade pequena mas de representatividade gigante na produção de toneladas de alimentos exclusivamente por agricultores familiares. Maquiné é jovem, mas a região tem histórico de enchentes que precedem a emancipação do município. Muitos dos lugares, mas nem todos, por onde as águas estiveram neste evento são recorrentes, porém, mesmo com este histórico o despreparo e falta de infraestrutura é preocupante.

Dentro deste contexto, já deveríamos ter um plano de ação onde estivesse pautado:

* sistema de alerta para risco,

*dados de hidrologia em tempo real (de previsão pluviométrica já temos, mas do comportamento do nível dos rios não),

*apoio à defesa civil (não tem carro, não tem drone, falta pessoal)

*treinamento à comunidade (especialmente das áreas vulneráveis)

*educação continuada para riscos e desastres diante da emergência climática

*Estudos, mapeamentos e levantamentos para elaboração e execução de planos para ações preventivas e mitigatórias;

*sistema de evacuação de áreas de risco (seja de inundações ou de deslizamentos).

Disso, emergem as dúvidas:

Vamos conseguir reconstruir? Quanto recurso se precisa? E os tendo, voltaremos a insistir em reconstruir os acessos da mesma forma? Mesmo sabendo que com pouca chuva várias localidades ficam isoladas e com muita chuva tudo vai água abaixo?

Como haver prosperidade para um povo em que viver é eternamente recomeçar?

O que demandamos

– Compromisso não só do poder público municipal, mas também estadual e federal na resolução do conjunto de problemas de ordem social, econômica e ambiental provocadas pelas enchentes e deslizamentos decorrentes do ciclone;

– Atenção especial para as comunidades que ainda seguem isoladas com continuidade do apoio emergencial para o atendimento das necessidades básicas de abastecimento, com olhar para a reconstrução de infraestruturas e com vistas a restauração das dinâmicas produtivas e econômicas;

– Plano de contingência para atendimento em caso de acidentes ou problemas de saúde urgentes nas localidades isoladas, onde estão crianças e idosos , que em momentos de chuva médias já ficam literalmente impedidos de ir e vir, sem estradas para acessarem serviços básicos de direito de todo cidadão;

– Estabelecimento de força tarefa para reconstrução das estruturas de acesso (estradas, pontes, pinguelas), de fornecimento de energia elétrica,  água potável, meios de comunicação;

– Reconstrução de vias de acesso com base em fundamentos técnicos e investimentos necessários de forma a evitar os impactos de fenômenos climáticos recorrentes e extraordinários;

– Programa de atendimento de renda básica para famílias que tiveram inviabilizadas suas atividades produtivas e econômicas;

– Programa de apoio à restauração produtiva e econômica por meio de custeio e investimento (através do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Empreendimentos Rurais).

📝 Apoie esta luta assinando o abaixo-assinado em https://chng.it/6Kc4wdsgLk

Amigos da Terra Brasil

 

Nota de solidariedade às comunidades atingidas pela tragédia climática no RS

Diante das tragédias provocadas por eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul desde a última quinta-feira (15/06), resultantes em destruição ambiental, perda de vidas humanas, empobrecimento e precarização de territórios de luta e resistência, sobretudo nas regiões do Litoral Norte do estado e nas periferias da capital Porto Alegre e da região metropolitana, expressamos nosso pesar e solidariedade às famílias das vítimas de enchentes e de deslizamentos nos diversos municípios atingidos, como Caraá e Maquiné, nominalmente à família da professora Agnes Schmeling, do Conselho de Cultura de Maquiné, sua mãe e seu esposo, que perderam suas vidas nesse momento tão trágico e doloroso.

Demandamos ao Estado do Rio Grande do Sul que, para além das buscas emergenciais, garanta o urgente restabelecimento às condições de energia elétrica ou por meio de geradoras e, assim, a comunicação e mapeamento da situação de famílias e comunidades com crianças e idosos ainda isoladas pela destruição de estradas e infraestruturas no vale do Rio Maquiné.

Ao Governo Federal, demandamos que libere urgentemente as forças do Exército para a reconstrução e atendimento às condições de alimentação, abrigo, saúde e infraestrutura nos municípios e populações atingidas.

Chamamos a atenção ao poder público e à sociedade em geral para as injustiças ambientais da crise climática causada pelo modelo econômico hegemônico, em que as comunidades e territórios mais atingidos e devastados, apesar de não se beneficiarem nem contribuírem atual ou historicamente com o sistema intensivo em poluição, emissões de gases de efeito estufa e degradação ambiental, são aqueles mais atingidos, desproporcionalmente, por suas consequências.

Reiteramos nosso apoio e solidariedade incondicional aos territórios e retomadas que, com seus modos de vida, suas práticas e formas de organização, nas florestas, campos, nas cidades no urbano ou no rural, preservam a biodiversidade, as águas, a produção de alimentos saudáveis, os saberes ancestrais, a luta secular pelo direitos dos povos Indígenas e Quilombolas. A luta deles garante também o despertar de uma consciência e compromisso com a centralidade da sustentabilidade da vida como base de uma ação política, coletiva, solidária e cotidiana, capaz de dar respostas às urgências da fome, das catástrofes e das violências, assim como transformar a realidade e combater as injustiças e emergências climáticas dos nossos tempos.

Convocamos, por fim, todas as pessoas a se organizarem na entrega de doações de materiais e apoiarem também, dentro de suas possibilidades, com contribuição financeira, por meio dos seguintes endereços ou conta bancária:

 

 

Amigos da Terra Brasil

plugins premium WordPress