Resistimos ao poder corporativo! Solidariedade Feminista Internacional contra o poder das corporações transnacionais

Frente às múltiplas crises do nosso tempo histórico, à emergência climática e ao avanço dos projetos de morte do capital, todos orquestrados por grandes corporações, mulheres erguem suas vozes. Denunciam falsas promessas dos discursos corporativos, a impunidade e o poder das empresas transnacionais, que em nome do lucro deixam um rastro de violência e destruição, sangrando corpos e territórios de vida. 

Em defesa das águas, florestas, sementes, do conhecimento e do cuidado, mulheres resistem e constroem economias alternativas, criam soberanias feministas e se organizam para proteger a vida e os bens comuns. Por todos os lados, marcham por uma transformação radical da sociedade, contra  a mercantilização. Em 24 de abril, durante a Semana de Solidariedade Feminista Internacional contra as Corporações Transnacionais, te convocamos a: agir, denunciar a violência corporativa e ampliar alternativas feministas.  

Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra - 13/03/25

Organizadas em amplas cadeias globais de produção, as empresas transnacionais prosperam graças ao roubo, à exploração do trabalho e à devastação dos bens comuns. Por onde passam, expropriam territórios e os transformam em suas propriedades. Atacam bens comuns para impor megaprojetos de mineração e da especulação imobiliária. Derrubam florestas para dar espaço ao agronegócio, principal causador da emissão de gases de efeito estufa (que nos levam à emergência climática) aqui no Brasil. Além disso, fazem armas e guerras, privatizam a água, a saúde e a educação. Vendem falsas soluções para os problemas que elas mesmas criaram.  O desenvolvimento que tanto pregam tem base na exploração, exclusão e no colapso ecológico. Na sua sanha sem fim por lucro, extraem tudo que podem de um planeta finito, o levando a um profundo desequilíbrio, o  que se reflete em enchentes de um lado, secas extremas e ondas de calor nunca antes vivenciadas do outro.

 

Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra - 13/03/25

 

As corporações detêm um poder que controla a economia, a política, a cultura e as formas de produção da vida. É contra esse poder que nascem as lutas ao redor do dia 24 de abril. A data relembra as mais de mil vítimas do desabamento do prédio Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013. Memora as afetadas do Desastre de Bhopal, quando o vazamento de gás da fábrica de pesticidas Union Carbide India Limited matou quase 4 mil pessoas na Índia. Ou ainda, as 272 pessoas mortas em Brumadinho e as 19 mortas em Mariana, nos rompimentos de barragens de mineração em Minas Gerais. As vítimas fatais e afetadas da enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. A lista de graves violações aos direitos humanos por empresas é longa. E quase sempre, na linha de frente, estão mulheres. Em geral, as que mais sentem os danos sociais e ambientais, especialmente se empobrecidas, negras, indígenas e lgbtqiap+. 

 Nos levantamos por direitos para os povos, para desmantelar o poder corporativo e para que a vida esteja acima do lucro! Seguimos em marcha por uma economia feminista e popular. Nossos corpos, territórios e bens comuns não estão à venda.

Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra - 13/03/25

#tbt Nas imagens, registros do dia 13/03/25, quando Mulheres Sem Terra realizaram ato em frente a fábrica de produção de celulose da CMPC, em Guaíba (RS), denunciando a flexibilização ambiental, o avanço dos monocultivos no bioma Pampa e a responsabilidade de grandes empresas por crimes ambientais. O ato expôs que o agronegócio e os megaprojetos causam envenenamento da natureza e das pessoas, e que os créditos de carbono dos monocultivos (como o de eucalipto, caso da CMPC) são sujos – falsa solução para a crise climática. Outra denúncia foi do anúncio da CMPC sobre nova fábrica em Barra do Ribeiro, maior que a de Guaíba, ainda mais poluidora. Além disso, o momento foi de solidariedade às pessoas trabalhadoras e moradoras do entorno, que no dia 23 de fevereiro foram afetadas por vazamento de dióxido de cloro da fábrica.

https://www.instagram.com/p/DHZQIeIR3a2/

Leia a  Declaração Internacional da MMM: Resistência feminista contra o poder corporativo: a vida acima do lucro, a paz acima da guerra

Leia a nossa coluna no Jornal Brasil de Fato: Os impactos das empresas transnacionais na vida das mulheres

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